Fabricante: Neversoft Ent.
Lançamento: 28/10/2007
Distribuidora: Activision
Suporte: Cartão de memória
Outras plataformas: PC PS3 WII X360
ImperdívelAvaliação:
Imperdível
Como uma banda de rock, uma franquia pode sofrer separações. Idealizado pela parceria RedOctane e Harmonix, "Guitar Hero" agora segue com novos membros: ganhou como "empresário" a Activision, e a Neversoft, da série "Tony Hawk's Pro Skater", toca o projeto. Por outro lado, a Harmonix se associou à MTV Games e à Electronic Arts, e formou "Rock Band". O resutlado é que os jogadores agora têm duas grandes franquias musicais.
Assim, "Guitar Hero III" estréia com nova formação. Para a alegria dos fãs, a Neversoft mostra que não é bom apenas de rodinhas, mas entende de som. E uma distribuidora forte como a Activision parece ter aberto as portas para o game, que está mais luxuoso que nunca: desde a trilha sonora até o novo controle em forma de guitarra.
Espírito de 'Guitar Hero'
A produtora não quis reinventar a roda, e seguiu à risca a fórmula vencedora da série. Por isso, quem conhece os games anteriores, não encontrará nenhuma dificuldade de adaptação, pois, é tudo praticamente igual. Para quem não sabe, "Guitar Hero" é um simulador de guitarra, que exige do jogador coordenação para apertar os botões coloridos de um controle em forma do instrumento e "tocar" as "cordas", representando por um interruptor no corpo do dispositivo. Na tela aparece um guia de ritmo, indicando qual (ou quais) botão deve ser pressionado. É possível jogar com o controle padrão, mas a diversão nem chega aos pés da guitarra.
A seleção musical de "Guitar Hero III" é a maior e a mais estrelada já vista num game da série, vindo, "de fábrica", com 73 canções, sendo 48 principais e 25 bônus - e quase todas são gravações originais, e não covers. Assim, é bem servido em variedade: de punks a "headbangers", passando por "dinossauros" e roqueiros moderninhos, praticamente todas as tribos são contempladas.
A trilha inclui petardos como "Welcome to the Jungle" (Guns 'n Roses), "Sabotage" (Beastie Boys), "Suck my Kiss" (Red Hot Chilli Peppers), "Paranoid" (Black Sabbath), "Reptillia" (The Strokes), "Even Flow" (Pearl Jam) e "The Number of the Beast" (Iron Maiden). Artistas como Sex Pistols e Living Colour regravaram especialmente para o game - "Anarchy in UK" e "Cult of Personality" respectivamente. O game ainda conta com canções extras, que podem ser compradas online, no caso das edições para Xbox 360 e PlayStation 3, o que aumenta ainda mais a variedade do menu musical. Um dos poucos senões é que as músicas covers estão menos fiéis que as edições anteriores e nisso a Harmonix fez falta.
Nível 'Stairway to Heaven'
Comparando com o antecessor direto, o game parece mais complacente no que diz respeito ao tempo para acertar as notas. Ou seja, não se exige tanta precisão rítmica como antes e, por isso, é o "Guitar Hero" que abraça mais amigavelmente os novatos. Se isso certamente soa como uma heresia para os ouvidos e dedos dos Eddie Van Halens, Steve Vais e Yngwie Malmsteens da guitarra de plástico, por outro lado, a seleção musical faz a balança pender para o outro lado, pois, nos níveis mais altos, há mais desafio que nunca em músicas como "Raining Blood" do Slayer, "One" do Metallica e principalmente "Through the Fire and Flames" do DragonForce, a música mais complicada em toda carreira de "Guitar Hero". Assim, embora não se exija tanta precisão no ritmo, a complexidade e velocidade das canções produzem a dificuldade. Enfim, "Guitar Hero III" é, ao mesmo tempo, o título mais amigável e o mais desafiador da série.
Embora o funcionamento seja praticamente igual aos antecessores, a produtora tratou de evoluir as modalidades de jogo. O modo de carreira permanece praticamente inalterado, cujo objetivo é completar uma quantidade de canções por show. No entanto, desta vez, há pequenas historinhas entre os episódios, que trazem uma sensação de progresso. Também, durante a carreira, aparecem três "chefes de fase", músicos do capeta - um deles literalmente - contra os quais o jogador compete numa batalha de guitarristas. Nessa hora, o intuito é chamar a atenção da platéia para seu lado, tocando melhor que o oponente. Aqui não há Star Power, mas, em seu lugar, itens que servem para atacar o oponente, criando toda sorte de contratempos, como cordas quebradas e notas que somem. Essa batalha também ganha uma modalidade multiplayer específica.
Multiguitarrista
Desta vez, há uma modalidade de carreira cooperativa, com músicas exclusivas e bônus idem. Aqui, a seleção destaca músicas legais de serem tocadas em dupla - em várias delas, o segundo jogador assume a guitarra base, e não o baixo. É uma ótima adição para o jogo, mas poderia ser melhor ainda se também fosse online.
Por falar em multiplayer pela internet - exclui-se aqui a edição para PlayStation 2 -, todas as modalidades competitivas podem ser jogadas online, e o desempenho em rede é muito bom. Ou seja, o que já era divertido ficou ainda melhor, já que quantidade de adversários é imensa. Naturalmente, a melhor interface online é a do Xbox 360, que permite jogar com amigos ou desconhecidos facilmente, seguido do Wii, que só emperra na utilização dos Friend Codes. Já no PlayStation 3, a jogatina se restringe praticamente a adversários aleatórios ao redor do mundo.
Vale destacar que a qualidade dos novos instrumentos está excelente. No caso do Xbox 360, supera em todos os quesitos a Xplorer de "Guitar Hero II", com mais precisão e melhor acabamento. Além disso, é sem fio. Por outro lado, a edição para PlayStation 2, apesar de ser wireless, não traz outras vantagens.
O visual não é exatamente a parte mais importante do game, mas a tecnologia evoluiu desde "Guitar Hero II", e os personagens, que mudaram de estilo devido a troca de produtora, estão com mais detalhes. No entanto, as animações estão piores, sem a fidelidade de outrora. O baterista, por exemplo, tem movimentos mecânicos. Mas tudo isso é compensado pelo fato de trazer personagens lendários do rock como Slash, ex-Guns 'n Roses, e Tom Morello, que fez nome no Rage Against the Machine.
CONSIDERAÇÕES
"Guitar Hero III" é, sem dúvida, a melhor versão da série lançada até hoje. Não há nenhuma inovação a destacar, mas aprimora muito o que os antecessores já tinham de bom. A trilha sonora é a maior e mais variada (e com mais gravações originais) entre todos, o que satisfaz jogadores de variadas matizes musicais. Depois, a Neversoft acertou em tornar o jogo mais complacente, o que é ótimo para os novatos, mas sem se esquecer dos "loucos por Guitar Hero", trazendo músicas de retorcer qualquer pulso. Um game para jogar com o volume no máximo!